Na última quinta-feira, dia 2 de dezembro, a Frente Parlamentar pela Universidade da Zona Leste, sob a Presidência da vereadora Juliana Cardoso (PT), se reuniu na Câmara Municipal para tratar de recursos financeiros previstos na previsão orçamentária de 2011 para a compra do terreno da antiga metalúrgica Gazarra, em Itaquera. Essa área de 186 mil m², na Avenida Jacu Pêssego, foi escolhida pelo movimento para abrigar o campus da universidade.
Em julho deste ano a Prefeitura declarou a área de utilidade pública para fins de desapropriação. “Apesar deste fato, no orçamento do próximo ano enviado à Câmara Municipal, não há recursos financeiros discriminados para aquisição da área. E isso é preocupante”, comentou a vereadora na abertura da reunião.
O presidente da Comissão de Finanças e Orçamento da Câmara Municipal, Roberto Trípoli, informou que foi aberta uma rubrica no orçamento com valor simbólico de R$ 1 mil para a Universidade Federal da Zona Leste. “Isso não quer dizer que está tudo resolvido. Soubemos que o valor do terreno é de R$ 25 milhões”, disse. “Os vereadores devem manter esse item na votação e pressionar o prefeito Kassab. Ele tem a prerrogativa de remanejar 15% do orçamento de R$ 36 bilhões”.
O movimento pela implantação de ensino publico de nível superior na Zona Leste nasceu nos anos 80, mas tomou corpo há dois anos com a coordenação do religioso Antônio Luiz Marchioni, o Padre Ticão da Paróquia de São Francisco de Assis, de Ermelino Matarazzo. “Com a universidade e o Estádio do Corinthians, a Zona leste vai deixar de ser dormitório e se transformar numa região digna e menos sofrida”, afirmou Luiz França, um dos lideres do movimento. “O governo federal e a Prefeitura, independente de partidos mostraram interesse pela questão. Agora, precisamos definir cursos com cara da comunidade e não os que implantaram na USP Leste”.
PARA MEC FATO CONSUMADO
O representante da reitoria da Unifesp, Carlos Francisco Santos Júnior, conhecido como Cazuza, também garantiu que o campus da universidade federal é um fato consumado. “A Unifesp aprovou o terreno da Gazarra e agora vamos construir um plano pedagógico dos cursos de graduação, ouvindo os empresários e a comunidade local”, revelou. Palavras endossadas pelo representante do Ministério da Educação (MEC), João Nelson. “O MEC já tomou a decisão de trazer o campus para Itaquera e aguarda o pronunciamento da Prefeitura, parceira da iniciativa, para começar o processo de implantação da universidade”, informou.
Em seu pronunciamento o deputado Estadual Adriano Diogo alertou para o fato da administração municipal não ter colocado rubrica para a universidade. “Vejam que dos 36 bilhões do orçamento, não colocaram um simples item para compra que é de R$ 25 ou R$ 35 milhões”, disse. “E a Secretaria de Negócios Jurídicos nem começou a conversar com os representantes da massa falida da Gazarra”.
Também fizeram uso da palavra defendendo a universidade na Zona Leste os ex-vereadores Odilon Guedes, Beto Custódio e Ana Maria Martins, além dos atuais vereadores Zelão, Senival Moura, Alfredinho e Jamil Murad.
Próxima Audiência
A audiência teve a participação de 150 pessoas, da Comissão de Luta do Movimento, de representantes de entidades como Movimento Nossa Itaquera e do Fórum de Desenvolvimento da Zona Leste, além de alunos dos cursos profissionalizantes do Instituto Daniel Comboni, do Sapopemba.
A próxima reunião pública do movimento está agendada para o dia 8 de dezembro (quarta-feira), às 19h30, na Catedral de São Miguel, na Praça do Forro.